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O nome que se tornou sinônimo de gol e consagrou-se como maior ídolo da história do Vasco deu seu último adeus. Roberto Dinamite morreu neste domingo, aos 68 anos. O craque travava uma batalha contra um câncer no intestino desde o fim do ano de 2021 e estava internado desde sábado no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca. Além de ter marcado época como o maior artilheiro do Vasco, ele teve dois mandatos como presidente, entre os anos de 2008 e 2014. O clube deixou em vida uma homenagem ao camisa 10: uma estátua que fica atrás de um dos gols de São Januário.
Nas redes sociais, a família do ídolo cruz-maltino agradeceu todo o apoio e as mensagens de carinho. Além disso, informou que o velório será nesta segunda-feira, das 10h às 19h, em São Januário.
Dinamite também deixa o legado de ser o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 190 gols marcados na competição, e do Campeonato Carioca, com 284 gols.
“GAROTO-DINAMITE EXPLODIU”
Nascido em Duque de Caxias em 15 de abril de 1954, Carlos Roberto de Oliveira viu seu destino se cruzar com o Vasco em 1969. O “olheiro” Gradim de Caxias apresentou o jovem de 15 anos (na época conhecido pelo epíteto de “Calu” e que jogava no clube amador São Bento) para fazer um teste em São Januário sob o comando de Célio de Souza, técnico dos juvenis do Cruz-Maltino. Logo se destacou por seus gols de cabeça e pela colocação na área no Campeonato Estadual de 1970.
Em 1971, logo depois de ter ajudado a equipe a ser campeã carioca juvenil, Roberto foi alçado aos profissionais pelo então técnico cruz-maltino Admildo Chirol, logo no Campeonato Brasileiro. Após estrear no decorrer da derrota por 1 a 0 para o Bahia e ser titular no revés para o Atlético-MG, o dia 25 de novembro seria um divisor de águas para sua trajetória.
Lançado no lugar de Gilson Nunes durante a partida contra o Internacional, o atacante driblou quatro jogadores e chutou da intermediária para o fundo da rede do goleiro Gainete. O gol, que ratificou a vitória por 2 a 0, foi celebrado pelo “Jornal dos Sports” com a manchete “Garoto-Dinamite explodiu”. A partir daí, o jovem Roberto se consagrou de vez como Roberto Dinamite.
Após ter alternado partidas entre os juvenis e os profissionais do Cruz-Maltino, Roberto assinou seu primeiro contrato com o clube, em 1973. O atacante lembrava com carinho de um duelo entre Vasco e Santos no qual seu gol marcado rendeu elogio de um “Rei”.
– Após um cruzamento do Paulo César “Puruca”, peguei de voleio e fiz um belo gol. Aí, fui para a torcida do Vasco, comemorei e quando estou indo para o centro do campo, passei por ele, que me falou: “pô, parabéns, garoto, belo gol!”. Eu falei: “pô, que é que é isso, Pelé!”. Olhei assim, espantado… “Pelé falou isso para mim!”. É uma coisa que me emociona até hoje porque me marcou muito. Era diferente do que é hoje a ligação com o ídolo. Eu vinha do juvenil em 1972, tinha subido para os profissionais em 1973 e fomos campeões em 1974, no primeiro ano no qual fui artilheiro – afirmou durante “live” no “De Casa Com o LANCE!”, em 2020.
ARTILHEIRO E CAMPEÃO BRASILEIRO EM 1974
O ano de 1974 traria um divisor de águas para a carreira do atacante. Ao lado de nomes como o capitão Alcir, o goleiro Andrada, os zagueiros Moisés e Fidélis, o meia Zanata e o atacante Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite fez parte do primeiro time campeão brasileiro com a camisa cruz-maltina. Além disto, o centroavante foi o artilheiro da competição, com 16 gols marcados na trajetória do Vasco.
– Acho que a artilharia foi acontecendo naturalmente, dentro da regularidade que o Vasco mostrou na competição – recordou Dinamite, em entrevista ao LANCE! publicada em agosto de 2019.
Na fase final, Roberto balançou as redes na vitória por 2 a 1 sobre o Santos no Maracanã (em jogo que teve o último gol de Pelé em um Brasileirão) e também anotou o seu no empate em 2 a 2 do Cruz-Maltino com o Internacional de Manga, Falcão e Carpeginai. O clube da Colina sagrou-se campeão ao vencer o Cruzeiro por 2 a 1, no jogo decisivo realizado no Maraca.
FAÇANHAS NO VASCO E IDA PARA A COPA DE 1978
Ostentando a camisa 10, Roberto Dinamite se consolidou de vez como ídolo do Vasco e ficou marcado por partidas e gols memoráveis. O mais marcante ocorreu em 9 de maio de 1976, pelo Campeonato Estadual: após receber lançamento de Zanata, o atacante matou a bola no peito, deu um lençol em Osmar e, de sem-pulo, estufou a rede de Wendel, garantindo a virada por 2 a 1 sobre o Botafogo. Embora tenha ajudado a equipe a conquistar a Taça Guanabara de 1976 (com uma vitória nos pênaltis sobre o Flamengo), o título cruz-maltino escapou na decisão com o Fluminense.
As boas atuações pelo Vasco renderam a Roberto a convocação para a Seleção Brasileira na disputa do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos. Ao lado de nomes como o “Búfalo Gil” e Zico, Dinamite conquistou a competição, anotando o seu na vitória por 4 a 1 sobre a Itália.
No ano seguinte, o ídolo vascaíno voltaria a conquistar um título. O atacante foi crucial na conquista em dois turnos do Campeonato Carioca de 1977. Além de ter marcado 25 gols no decorrer da campanha, Roberto Dinamite converteu o último pênalti na decisão do segundo turno contra o Flamengo (após empate em 0 a 0 no tempo normal, os cruz-maltinos, que tinham nomes como Mazaropi, Orlando, Abel, Wilsinho, Zé Mário e Paulinho, foram campeões no Maracanã com a vitória por 5 a 4 nas cobranças). No mesmo ano, Roberto se casou com Jurema, sua primeira esposa.
Em alta na Colina, o artilheiro cruz-maltino foi convocado por Cláudio Coutinho para a Copa do Mundo de 1978. Após nem sequer ser relacionado nos empates da Seleção Brasileira com a Suécia (em 1 a 1) e a Espanha (em 0 a 0), Dinamite foi lançado como titular diante da Áustria. E, em meio ao jogo acirrado, o camisa 20 aproveitou passe de Jorge Mendonça para garantir a classificação brasileira, com vitória por 1 a 0.
Na segunda fase, o atacante ainda esteve em campo na vitória por 3 a 0 sobre o Peru e no empate em 0 a 0 com a Argentina. Já diante da Polônia, ele foi crucial, ao marcar duas vezes na vitória por 3 a 1. O terceiro gol trouxe um dado curioso. Jorge Mendonça carimbou a trave e, no rebote, a batida de Toninho explodiu no travessão. Em seguida, Dirceu viu sua tentativa parar caprichosamente na trave. Só na sobra, Roberto Dinamite estufou a rede.
Com saldo inferior aos argentinos (que golearam Peru por 6 a 0), o Brasil disputou a decisão do terceiro lugar e venceu a Itália por 2 a 1. No mesmo ano, o atacante ajudou o Vasco a ir à semifinal do Brasileiro, mas a equipe foi eliminada para o Guarani e, posteriormente, perdeu o título carioca para o Flamengo.
DA FUGAZ PASSAGEM NO BARCELONA À (QUASE) IDA PARA O FLAMENGO
Mantendo seu ímpeto na temporada seguinte, Roberto Dinamite continuou como destaque da equipe que tinha nomes como Leão, Ivã, Catinha e Gaúcho. Mais uma vez, a equipe foi bem no Campeonato Brasileiro e chegou à final, diante do Internacional. Entretanto, a equipe de Oto Glória acabou derrotada pelo forte time colorado.
No início de 1980, o Cruz-Maltino acertou sua transferência para o Barcelona. Dinamite estreou bem na vitória por 2 a 0 sobre o Almería. Mas, após a saída do técnico Joaquín Rifle, perdeu espaço no clube catalão. Como o atacante não tinha chances com o treinador Helenio Herrera no Barça (onde atuou 11 vezes e fez três gols), surgiu o rumor de que o presidente do Flamengo, Márcio Braga, cogitou repatriá-lo.
Diante disto, torcedores do Vasco passaram a pedir seu retorno à Colina. Após negociações com o dirigente Eurico Miranda, Roberto Dinamite regressou ao Vasco três meses depois.
REGRESSO COM GOLEADA, ARTILHARIAS E TÍTULOS
O reencontro entre a torcida do Vasco e Roberto Dinamite foi em grande estilo. Após o camisa 10 ter atuado na vitória por 1 a 0 sobre o Náutico (gol de Guina), o Maracanã viu uma apoteose do artilheiro em 4 de maio. Com casa cheia, o Corinthians chegou a abrir o placar. Mas Roberto marcou os cinco gols da goleada por 5 a 2 do Cruz-Maltino sobre os corintianos, em feito raro no Brasileirão.
O atacante chegou a estar entre os convocados para a Copa do Mundo de 1982. No entanto, o técnico Telê Santana não o escalou para nenhum dos jogos da equipe, que voltou para casa eliminada por um 3 a 2 sofrido para a Itália.
Mesmo assim, o ano de 1982 foi especial para o atacante. No dia 10 de novembro, Dinamite cobrou falta e mandou para a rede o gol de número 500 de sua trajetória. O feito, realizado durante o empate em 1 a 1 com o Volta Redonda, foi celebrado com um bolo comemorativo em São Januário durante a partida.
Ao fim daquela competição, o Vasco sagrou-se campeão carioca. O Cruz-Maltino venceu o Flamengo por 1 a 0 no jogo decisivo da competição, quando Pedrinho Gaúcho cobrou escanteio e Marquinho mandou para a rede no Maracanã.
Em 1984, Roberto Dinamite voltou a ser artilheiro de uma edição do Campeonato Brasileiro, ao marcar 16 gols. A equipe que tinha Roberto Costa, Daniel González e Arturzinho, porém, perdeu a decisão da competição para o Fluminense de Romerito, Assis e Washington.
No mesmo ano, o atacante conviveu com um drama. A sua esposa Jurema morreu em decorrência de complicações de hemodiálise.
Anos depois, Roberto Dinamite voltou a saborear conquistas pelo Vasco. Tendo ao seu lado o experiente Tita, o promissor Romário e com jogadores velozes como Mauricinho, Bismarck e Sorato, Dinamite foi campeão carioca em 1987 e 1988 (ambas as conquistas aconteceram contra o Flamengo).
A equipe teve um início avassalador no Brasileiro de 1988, quando foi líder do seu grupo nas duas primeiras fases. Porém, nas oitavas de finais (já disputadas em 1989), o Vasco foi eliminado pelo Fluminense na prorrogação.
No Carnaval de 1989, se tornou tema da escola de samba Boêmios de Inhaúma, então no Grupo V. O camisa 10 foi para a Intendente Magalhães desfilar ao som do samba “Roberto Dinamite – A Explosão do Gol”. Neste período, já estava casado com Liliane.
Após um Carioca no qual conviveu com lesões e ficou na reserva, o atacante foi perdendo espaço e mudou de ares.
PASSAGENS NA PORTUGUESA E CAMPO GRANDE
A pedido do técnico Antônio Lopes, Dinamite foi contratado para disputar o Campeonato Brasileiro de 1989 pela Portuguesa. Naquela edição, ele seria o camisa 10 de um time que tinha o lateral Lira, o volante Capitão, o meia Biro-Biro, os atacantes Jorginho Cantinflas e Toninho e o promissor Dener.
Em 21 de outubro de 1989, Roberto passou por um momento emblemático: retornou a São Januário para entrar em campo como adversário do Vasco.
– Foi uma experiência muito difícil. Na noite anterior ao jogo, tive febre, devido ao meu emocional. Mesmo assim, fui para o campo. Esperava vaias, só que a torcida me tratou muito bem, gritou meu nome – afirmou Dinamite ao LANCE!, em entrevista em 2019.
Roberto marcou nove gols e contribuiu para a Lusa encerrar a competição na sétima colocação. No clube, disputou 17 partidas e marcou nove gols. Ao fim do empréstimo, retornou ao Vasco.
Após iniciar a temporada no banco de reservas cruz-maltino, aos poucos o atacante se reafirmou e foi titular em boa parte da campanha do clube na Copa Libertadores de 1990. Roberto formava o ataque com Tita e Bebeto. Sua atuação mais marcante na equipe comandada por Zagallo aconteceu no empate em 3 a 3 com o favorito Colo-Colo. Dinamite marcou um dos gols e, na marca de cal, ajudou a equipe vascaína a se classificar nos pênaltis.
Passada a eliminação no torneio continental, o atacante perdeu espaço e não foi muito utilizado pela equipe da Colina nas edições do Brasileiro de 1990 e de 1991. No segundo semestre, saiu de São Januário.
Dinamite aceitou a proposta de defender o Campo Grande no Carioca. No Campusca, teve como colegas o goleiro Paulo César e o meia Elói, além de ter formado a dupla de ataque com o também veterano Cláudio Adão. A equipe ficou em quinto lugar na competição.
Neste período, Roberto defendeu a Seleção Brasileira de Masters e conquistou a Copa Pelé. Sob o comando do apresentador Luciano do Valle (que promoveu o Mundialito de Maters), o ídolo vascaíno atuou ao lado de nomes como Paulo Sérgio, Luís Pereira, Wladimir, Zenon, Cafuringa e Serginho Chulapa.
ÚLTIMO TÍTULO NO VASCO E DESPEDIDA OFICIAL
Em 1992, regressou para sua última passagem em campo com a camisa do Vasco. Pouco lançado no Brasileiro, teve um lance marcante no empate em 1 a 1 com o Santos, quando recebeu a bola e estufou a rede. Porém, a jogada foi anulada por toque de mão do camisa 16. A equipe comandada por Nelsinho Rosa foi eliminada na segunda fase.
Após reforçar o “Expressinho” que disputou a Copa Rio, Roberto Dinamite retomou sua titularidade no segundo semestre, quando Bebeto foi vendido para o La Coruña (ESP). De novo com a camisa 10, Roberto formou a dupla de ataque com o jovem Edmundo e saboreou suas últimas conquistas.
Na final da Taça Guanabara, Dinamite escorou para Carlos Alberto Dias marcar o gol do empate em 1 a 1 com o Flamengo em São Januário. Em 26 de outubro daquele ano, o camisa 10 aproveitou uma cobrança de escanteio e marcou de cabeça seu último gol, ao garantir a vitória por 1 a 0 sobre o Goytacaz. Em 24 de novembro, o Cruz-Maltino foi campeão carioca ao bater por 1 a 0, no último título do ídolo no clube.
Em 24 de março de 1993, Roberto Dinamite fez sua despedida oficial dos gramados. No Maracanã, ele foi o capitão do Vasco em amistoso com o La Coruña do seu ex-colega Bebeto. O atacante formou dupla com Zico, que vestiu a camisa vascaína por 45 minutos. A equipe espanhola venceu por 2 a 0.
DINAMITE NA POLÍTICA
Ainda em 1992, Roberto Dinamite foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo PSDB com 34.893 votos. Dois anos mais tarde, foi o segundo deputado estadual mais votado nas eleições de 1994. Tendo como pautas o esporte, saúde e educação, foi reeleito em 1998, 2002 (quando já estava filiado ao PMDB), 2006 e 2010.
Entre os projetos que fez estavam os vídeos “As Regras do Jogo”, voltado para a conscientização na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Em 2004, ocupou o cargo de presidente da Comissão de Esporte e Lazer.
Porém, em 2013 (quando conciliava a rotina na Alerj com a presidência do Vasco), uma reportagem de “O Dia” apontou que Roberto era um dos deputados mais faltosos das sessões na Câmara dos Deputados. Em 69 sessões até aquela reportagem, ele não compareceu em 15.
No ano seguinte, o ex-jogador tentou se reeleger, mas não teve sucesso. Também foi mal nas urnas ao tentar se candidatar a vereador em 2016 e 2020.
PRESIDÊNCIA DO VASCO: TÍTULO E REBAIXAMENTOS
No ano de 2002, um episódio polêmico mudou a rota de Dinamite aos olhos do clube. No intervalo do confronto entre Vasco e Ponte Preta, em São Januário, o então presidente cruz-maltino Eurico Miranda determinou que o ex-jogador e seu filho Rodrigo teria dado ordens para que ambos deixassem a tribuna de honra. A repercussão foi muito forte no meio do futebol.
O ex-jogador se candidatou à presidência do clube em 2003, mas foi derrotado pelo próprio Eurico Miranda. Três anos depois, Eurico voltou a vencê-lo. Porém, a Justiça constatou irregularidades e exigiu que fossem convocadas novas eleições.
Convocada somente em 2008, a eleição confirmou a vitória de Roberto Dinamite sobre Amadeu Pinto da Rocha (candidato indicado por Eurico Miranda). O ex-jogador, que foi apoiado pelo MUV (Movimento Unido Vascaíno) assumiu o poder no decorrer do Campeonato Brasileiro. Seus dois mandatos foram marcados por atrasos salariais, acúmulo de dívidas e atritos políticos.
Em crise financeira, contratou jogadores e recorreu a mudanças de comando, mas não evitou que o Cruz-Maltino caísse pela primeira vez para a Série B.
Já no início de 2009, houve uma reformulação da equipe bem-sucedida em meio à crise financeira do clube. Além de ir à semifinal da Copa do Brasil, o Cruz-Maltino foi campeão da Série B sob o comando de Dorival Júnior, tendo como capitão Carlos Alberto e com nomes como Fernando Prass, Fagner, Dedé, Nilton, Souza, Allan, Alex Teixeira, Rodrigo Pimpão e Élton.
Após retornar à elite, aos poucos o Vasco foi montando sua equipe. Desembarcaram jogadores como Eder Luís e Zé Roberto, além do meia Felipe. Em 2011, a gestão de Roberto Dinamite conquistou seu principal título. Tendo Ricardo Gomes como treinador e o quarteto formado por Diego Souza, Felipe, Alecsandro e Eder Luís, o Cruz-Maltino foi campeão da Copa do Brasil ao superar o Coritiba na final. A equipe ainda repatriou o ídolo Juninho no segundo semestre foi semifinalista da Copa Sul-Americana e ficou na segunda colocação do Brasileirão.
Reeleito em 2011, teve a missão de ser o dirigente do clube na Copa Libertadores. A equipe foi até as quartas de final. Contudo, o acúmulo de dívidas e a crise financeira ficaram mais explícitos.
Após a Copa Libertadores, o Vasco foi desmontando sua espinha dorsal. Aos poucos, o time caiu de rendimento e ficou de fora do G4 da Libertadores em 2012. Já em 2013, veio mais um gosto amargo.
Com muitas dívidas e tendo de se desfazer de jogadores significativos (como Dedé), o Cruz-Maltino teve uma campanha fraca no Brasileiro e chegou à última rodada lutando contra o rebaixamento. Em jogo tenso que culminou numa selvageria nas arquibancadas da Arena Joinville, o Vasco foi goleado por 5 a 1 pelo Athletico-PR e foi rebaixado pela segunda vez. Neste período, todos os seus aliados políticos se afastaram. No ano seguinte, montou a equipe que encaminhou para a volta à elite, mas, em novembro, viu Eurico Miranda voltar ao poder no clube.
ETERNIZADO NA COLINA
Após deixar a gestão cruz-maltina, foi comentarista do programa “Os Donos da Bola”, da TV Bandeirantes. Em abril de 2022, foi homenageado pelo clube no qual despontou. Em festa com a presença de ex-jogadores do Vasco e artistas vascaínos, uma estátua de Roberto Dinamite foi inaugurada em São Januário. Ela fica de frente para a torcida, atrás de um dos gols do Cruz-Maltino.
Em janeiro, divulgou que, após ser submetido a uma cirurgia devido a uma obstrução intestinal, descobriu que estava com câncer e iniciaria as sessões de quimioterapia. As últimas imagens divulgadas nas redes sociais divulgaram momentos de Dinamite emocionado com as vitórias do Vasco.
Fonte: Jornal Lance