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A briga épica comprada por Elon Musk com o ministro Alexandre de Moraes, que ganhou as manchetes do mundo, acontece duas semanas depois de ele ter visto uma tentativa de silenciar uma ONG crítica do Twitter / X arquivada por um juiz federal da Califórnia.
Musk processou em 2023 a respeitada organização Center for Countering Digital Hate (CCDH) por um relatório apontando proliferação de discurso de ódio e desinformação em contas com selo azul, mas o juiz decidiu arquivar a ação judicial sob o argumento de que o empresário, que se apresenta como absolutista da liberdade de expressão, “tentou punir os réus por seu discurso”.
A ONG, com escritórios em Londres e em Washington, havia sido acusada em julho de “afastar anunciantes” do Twitter/X, causando perdas de “dezenas de milhões de dólares”, e de tentar impedir o diálogo público. Mas o juiz entendeu diferente.
Para o magistrado, “a motivação da X Corp. para mover o processo foi evidente: punir o CCDH pelas publicações que criticaram a X Corp”. A advogada que defendeu o CCDH é Roberta Kaplan, a mesma que venceu uma causa de US$ 83,3 milhões contra Donald Trump em nome da colunista E. Jean Caroll.
O relatório da ONG que motivou o processo constatou que o Twitter não agiu em 99% dos posts com discurso de ódio em contas que compraram o selo de autenticidade, permitindo a circulação de conteúdo racista, misógino, homofóbico, neonazista, antissemita e conspiracionista mesmo depois de sinalizados, endossados pela chancela de confiáveis. Em comunicado, o Twitter disse que iria recorrer da decisão.