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Com isso, governador de São Paulo não deve mais deixar o cargo nesta quinta-feira (31), como estava previsto, o que abriu uma crise no PSDB
Por Equipe InfoMoney
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), surpreendeu aliados na manhã desta quinta-feira (31) ao avisar que não vai deixar o cargo e desistiu de concorrer à Presidência da República, segundo os jornais “O Estado de S. Paulo”, “Folha de S.Paulo” e “O Globo”.
Com isso, Doria não vai mais deixar o Palácio dos Bandeirantes hoje, como estava previsto, e cancelou agendas externas (às 9h, ele anunciaria a nova fase de obras do Museu do Ipiranga). Mas manteve um evento com prefeitos na sede do governo paulista às 16h, quando deve fazer o anúncio oficial.
Segundo a “Folha”, o governador avisou seu vice, Rodrigo Garcia, o que abriu uma crise no PSDB, partido ao qual ambos são filiados. Garcia assumiria o cargo com a saída de Doria e seria o candidato tucano a governador nas eleições em outubro.
O “Estadão” diz que Doria também vai deixar o PSDB e que, surpreendido pela notícia, Garcia pediu demissão da Secretaria de Governo.
Aliados de Doria, no entanto, não descartam que o movimento do governador seja uma jogada para tentar ter apoio público de seu partido e de aliados à sua candidatura presidencial, segundo análise da XP.
Apesar de ter ganhando as prévias do PSDB para ser o candidato tucano à presidência, derrotando o então governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, Doria sofria com a falta de apoio para a sua pré-candidatura dentro do próprio partido.
Sua queda nas pesquisas também não contribuiu para o quadro atual. No último Datafolha, divulgado há uma semana, Doria aparecia com apenas 2% das intenções de voto, empatado com André Janones (Avante).
O governador paulista está muito atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera com 43% das intenções de voto, e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 26%. Ela também se distanciou de Sergio Moro (Podemos), que aparece com 8%, e de Ciro Gomes (PDT), que tem 6%.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, nas últimas semanas ficou mais forte o movimento contra Doria dentro do PSDB e cresceu o apoio a Leite, mesmo que ele tenha sido derrotado pelo governador paulista nas prévias de novembro.
Leite renunciou ao governo gaúcho na segunda-feira (28) e anunciou que ficaria no PSDB, apesar de ter convite do PSD para ser candidato à presidência pelo partido.
Segundo Lauro Jardim, há um grupo de tucanos que quer fazer o ex-governador gaúcho o candidato do PSDB a presidência, o que fez Doria afirmar nos últimos dias que está sendo traído. Leite tem o apoio de Aécio Neves, que é desafeto do governador paulista.