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A Polícia Federal elaborou um laudo dizendo não ter identificado sinais de adulteração em um vídeo que circulou por redes sociais em 2018 associando a imagem de João Doria (PSDB), então candidato ao Governo de São Paulo, à de um homem em orgia.
Doria, por meio de sua assessoria, disse nesta terça-feira (8) que o trabalho da PF é uma tentativa de atingi-lo nas eleições deste ano, quando pretende disputar a Presidência. Ele chamou o episódio de “maior crime eleitoral já realizado” contra um candidato no país.
O vídeo foi divulgado nas vésperas do segundo turno da eleição de 2018, na qual Doria foi eleito governador. Na época, ele já dizia que se tratava de uma montagem.
O laudo da PF, que teve teor antecipado pela revista Crusoé e confirmado pela reportagem, afirma que se tentou identificar as mulheres que aparecem na gravação, mas que, como as imagens não têm qualidade, isso não foi possível.
O documento, finalizado em janeiro de 2022, quase três anos e meio após o vídeo viralizar em redes sociais, foi elaborado por um perito criminal na Superintendência da PF em São Paulo. Ele foi produzido no âmbito de um inquérito pedido na época pelo próprio Doria para apurar difamação eleitoral.
A reportagem não conseguiu contato com a PF na noite desta terça para saber a razão de o laudo ter sido concluído agora.
Em nota, Doria afirma que laudos independentes já produzidos naquele ano “comprovaram de maneira cristalina que o vídeo em questão é uma fraude primária”.
“Fui surpreendido hoje com a informação de que a Polícia Federal decidiu ressuscitar a investigação de um caso da eleição de 2018”, diz ele, que ressaltou que isso ocorre “justamente quando se aproximam as próximas eleições presidenciais”.
Doria também afirma que não se intimidará e criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL). “Lamentavelmente, uma parte da instituição de Estado tem sido utilizada para propósitos políticos, como já ocorreu recentemente com outros pré-candidatos à presidência. É uma afronta ao Estado Democrático de Direito.”
O governador também disse que a PF não investigou o caso e utiliza fake news para atacar “a vítima desta armação”.
Fonte: Tribuna